sexta-feira, 10 de agosto de 2012

HABILIDADES DE ATENÇÃO PLENA - Parte 2: Habilidades do Tipo O QUE

A. Dois tipos básicos de habilidades de atenção plena: (1) habilidades do tipo "O QUE" (i.e., o que fazer) e (2) habilidades do tipo "COMO" (i.e., como fazer).

B. Habilidades do tipo "o que": observardescrever ou participar. É importante realçar que somente podemos praticar uma dessas habilidades de cada vez, não as três ao mesmo tempo. Em comparação, as habilidades do tipo "como" podem ser aplicadas todas ao mesmo tempo.

Observar: é sentir ou vivenciar sem descrever ou rotular a experiência. É notar ou prestar atenção a algo.
Descrever: é usar palavras para representar o que você observa.

Observar é como sentir; não existem palavras. Observar é notar e prestar atenção. Descrever é uma reação a observar; é rotular o que se observa.

Pense em outras diferenças entre descrever e observar.

Exercícios Práticos: faça cada um dos seguintes exercícios. (Primeiro vivencie, só sinta. Depois descreva o que sentiu, em que partes do corpo essa sensação foi mais perceptível, e como foi ela.)

1. Sinta suas costas no encosto da cadeira. Agora, descreva para si como foi esta sensação.

2. Sinta sua mão sobre uma superfície fria (p.ex., uma mesa ou cadeira) ou uma superfície quente (p.ex., sua outra mão). Agora, descreva para si como foi esta sensação.
  
3. Preste atenção e tente sentir o seu estômago, seus ombros. Agora, descreva para si como foi esta sensação.

4. Bata logo acima do lábio superior, depois pare de bater e veja quanto tempo leva até você não sentir mais a sensação que provocou no lábio. Agora, descreva para si como foi esta sensação.
  
5. Observe em sua mente os dois primeiros pensamentos que tiver. Agora, descreva. Conseguiu observar os 2 primeiros pensamentos? Que dificuldades teve para isto? Repita este exercício de tentar observar os 2 primeiros pensamentos que tiver até que consiga fazer isto adequadamente.

Mais uma vez: observar é como sentir, sem palavras. Descrever é utilizar palavras ou pensamentos para rotular o que se observa.

Descrever um pensamento como pensamento exige que se note que é um pensamento em vez de um fato. Por exemplo, há diferença entre pensar "sou incompetente" e ser incompetente, ou seja, posso não ter ainda competência para realizar determinada coisa (p.ex., voar de asa delta, negociar eficazmente condições de trabalho e salário com meu chefe etc.), mas isto não significa que seja incompetente de uma forma geral, pois realizo bem várias outras coisas.

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