quarta-feira, 29 de agosto de 2012

HABILIDADES DE ATENÇÃO PLENA - Parte 2: Habilidades do Tipo O QUE - 3a. Série de Exercícios


3ª Série de Exercícios Práticos:

1. Observe seus pensamentos e rotule-os como pensamentos. Utilize, para isto, o exercício da tela (1o. exercício da série anterior), mas desta vez, à medida que os pensamentos aparecerem, divida-os em “pastas” diferentes de acordo com o tipo de pensamento, como por exemplo – “pensamentos sobre mim", "pensamentos sobre os outros”, “pensamentos sobre acontecimentos” etc.

Descreva como foi esta experiência para você e os tipos de pastas que usou.
  
2. Observe agora, além dos pensamentos (descrições, raciocínios e avaliações), também suas sensações corporais (p.ex., sensação de sono, ou de dor de cabeça, tensão muscular nos ombros etc.). À medida em que os pensamentos surgirem na tela mental, coloque-os numa pasta geral “pensamentos”. À medida em que as sensações forem surgindo, coloque-as na pasta geral “sensações”.

3. Observe agora, além dos pensamentos e suas sensações corporais, também seus sentimentos/emoções (p.ex., ansiedade, alegria, tristeza, frustração, impaciência etc.) e impulsos (p.ex., o impulso de parar o exercício) aparecerem na tela, e divida-os em pastas: uma pasta para pensamentos (de qualquer tipo), uma pasta para sensações no corpo, uma pasta para impulsos de fazer alguma coisa e uma pasta para emoções/sentimentos.

Descreva como foi esta experiência para você.

Diferença entre descrever e julgar: Julgar é rotular algo de maneira avaliativa. Descrever é apenas "apresentar os fatos".

terça-feira, 28 de agosto de 2012

HABILIDADES DE ATENÇÃO PLENA - Parte 2: Habilidades do Tipo O QUE - 2a. Série de Exercícios

Continuo, com esta postagem, a série Habilidades de Atenção Plena, cuja última postagem foi HABILIDADES "O QUE" DE ATENÇÃO PLENA, de 10/08/2012. Os exercícios aqui expostos são continuidade dos exercícios da postagem HABILIDADES DE ATENÇÃO PLENA - Parte 2: Habilidades do Tipo O QUE, de mesma data.


2ª Série de Exercícios Práticos: faça os seguintes exercícios. Primeiro só perceba, observe. Depois descreva o que você percebeu. Se você se distrair durante estes exercícios, observe-se,  tomando consciência de que está se distraindo
  
1. Imagine que sua mente é uma grande tela, e que os pensamentos  e imagens que lhe vêm estão aparecendo nesta tela. Você pode controlar o ritmo com que eles aparecem na tela. Perceba cada pensamento e imagem, mas não julgue, só observe. Em seguida, descreva para si mesmo como foi esta experiência, que dificuldades teve.
  
2. Imagine que sua mente é o céu, e os pensamentos (descrições, raciocínios e avaliações) e imagens são as nuvens. Observe cada nuvem à medida que passa lentamente (ou rapidamente).  Em seguida, descreva para si mesmo como foi esta experiência, que dificuldades teve.

sábado, 25 de agosto de 2012

CRIVOS DA RAZÃO – Parte 6: A Falácia do Argumento Contra a Pessoa – 4ª parte

Às vezes, o argumento ad hominem pode também ser provocado ou "chamado" pela própria pessoa. 


Por exemplo, suponhamos que João seja um político recém-eleito para um cargo executivo (prefeito, governador ou presidente). Um dos pontos mais enfatizado por João na sua campanha foi o combate à corrupção, ao desvio do dinheiro público, propondo combater isso com transparência. 

Entretanto, auxiliares do João tem sido flagrados em atos de corrupção,  com fartas evidências. E familiares diretos dele foram envolvidos em situações eticamente duvidosas. João, porém, contra todas as evidências, defende enfaticamente seus auxiliares e familiares, alegando que estão sendo vítimas da oposição ou da mídia mal intencionada. E pressiona sua base de apoio para que inviabilizem quaisquer tentativas de investigação de tais atos e situações.

Tempos depois, João propõe um projeto de lei que analistas questionam técnica e eticamente, indicando evidências de que poderá favorecer mais determinados grupos ligados ao partido do João, do que a população como um todo. Perguntado a respeito, ele dá justificativas, com base em documentos gerados por aqueles que seriam favorecidos, de que o projeto é bom para a população e para o Estado, e pede que confiem nele. 

Quando seus opositores atacarem o projeto de lei na sua concepção e intenções, fortalecendo suas críticas com os fatos relativos a comportamentos questionáveis de João nos episódios com seus familiares e auxiliares, estarão praticando o argumento ad hominem. Neste caso, estarão realmente cometendo uma falácia?

Pessoas, como o João, que praticam o "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" e outras posições questionáveis (vide, neste sentido CRIVOS DA RAZÃO - Parte 5: A Falácia do Apelo à Autoridade), estão legitimamente sujeitas a que se duvidem de suas intenções, quando propõe uma ideia ou argumentam a favor ou contra algo, ou seja, estão sujeitas ao  argumento ad hominem. Contudo, ainda assim, também é legítimo que suas ideias e posições sejam analisadas objetivamente, pois até um suposto corrupto pode propor boas ideias e argumentos consistentes e válidos.

O mesmo raciocínio vale para comunicações via mediúnica, nas quais o espírito comunicante prega equilíbrio, tolerância e compreensão no relacionamento com nossos próximos, mas mostra radicalismo e intolerância preconceituosa ao se referir a cientistas, por exemplo. Esse também tem sido o comportamento de alguns dirigentes, expositores e escritores espíritas. 

A Ciência é usada por eles quando parece confirmar suas ideias, embora frequentemente estejam errados nisso, porque não compreenderam direito o fato ou a descoberta científica que acham que as "provam" (sobre "provas" científicas, veja O Que É Ciência - parte 1, penúltimo parágrafo e O Que É Ciência - parte 2, último parágrafo). Quando, porém, os fatos e descobertas científicas parecem conflitar com suas ideias, as renegam sumariamente, dizendo que o método científico não é adequado para analisar coisas espirituais. Ora, com este comportamento estão dizendo que o método científico é bom para analisar fatos espirituais quando os confirma, mas ruim no caso contrário. 

Desta forma, para adequarem o conhecimento científico às suas ideias, estão agindo como o mítico bandido Procusto com aqueles a que assaltava. Deitava-os num leito e, naqueles que fossem maiores que este, cortava-lhes um pedaço das pernas. Aos menores, esticava-os até que chegassem ao comprimento do leito.

sábado, 18 de agosto de 2012

CRIVOS DA RAZÃO – Parte 6: A Falácia do Argumento Contra a Pessoa – 3ª parte

Um Contraponto: Para uma melhor compreensão do argumento ou ideias de uma pessoa, há situações nas quais pode ser pertinente analisar suas características pessoais ou as circunstâncias em que foram emitidos. 

Por exemplo, analisando a obra de um escritor ou filósofo, as características da sua personalidade, história de vida e as circunstâncias nas quais escreveu sua obra pode ser útil para a compreender melhor. Contudo, esta análise não demonstra a verdade ou falsidade de suas ideias.


Veja-se, por exemplo, o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778). Entre os historiadores, parece haver consenso de que, com seu livro Emílio, ele deu início à pedagogia moderna*. É relevante sua influência no pensamento de Pestalozzi**, o mestre de Kardec. O verbete da Stanford Encyclopedia of Philosophy sobre o legado de Rousseau (http://plato.stanford.edu/entries/rousseau/#Leg) indica o impacto direto do seu pensamento na filosofia moral de Kant e, indiretamente, em Hegel e Marx. Na filosofia política contemporânea, é clara sua influência na obra "Uma Teoria da Justiça", do filósofo americano John Raws (1921 - 2002). 

A verdade ou falsidade de suas ideias e a relevância da sua influência na pedagogia e na filosofia moral e política devem ser analisadas independente de aspectos que podem ser considerados chocantes da sua vida pessoal, mas que podem ajudar a compreender alguns aspectos de sua obra: 


"Em 1745 Rousseau conheceu Thérèse Levassaeur, uma lavadeira doméstica semi-analfabeta que se tornou sua amante e, mais tarde, sua mulher. De acordo com o relato do próprio Rousseau, Thérèse deu-lhe cinco filhos que foram depositados no hospital de enjeitados logo após o nascimento, uma quase certa sentença de morte na França do século dezoito. O abandono por Rousseau das suas crianças foi mais tarde usado contra ele por Voltaire.(http://plato.stanford.edu/entries/rousseau/#Lif).

Voltaire (1694 - 1778, imagem acima), portanto, usou tais fatos sobre a vida de Rousseau como argumentum ad hominem para combater suas ideias.

Se não deve ser critério para se determinar a verdade ou falsidade de seu argumento ou ideias, o caráter de uma pessoa pode ser relevante, contudo, na consideração da sua sinceridade e na tomada de decisão em situações práticas. (http://philosophy.lander.edu/logic/person.html). Veja, neste sentido, o item "Pergunte-se Por Quê", na postagem "Crivos da Razão - parte 5: A Falácia do Apelo à Autoridade".
___________________
* Nicola, Ubaldo. Antologia Ilustrada da filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005.
** Incontri, Dora. Pestalozzi: educação e ética. São Paulo: Sciopione, 1997.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

CRIVOS DA RAZÃO – Parte 6: A Falácia do Argumento Contra a Pessoa – 2ª parte

A pedido do amigo Wilton Oliveira, faço um parênteses na série "Habilidades de Atenção Plena" e  volto à série "Crivos da Razão", com a 2a. parte de Crivos da Razão - Parte 6: Falácia do Argumento Contra a Pessoa - 1a. parte. Para que esta 2a. parte não fique muito longa, quebrei-a em três. Assim, haverá a seguir a 3a. e a 4a. parte.

A falácia do argumento contra a pessoa (argumetum ad hominen) ocorre quando, num debate, usa-se um argumento que não busca mostrar, com lógica e fatos, os erros do argumento do adversário, mas ataca seu caráter ou a circunstância em que ele se encontra. Argumentos desse tipo podem ser persuasivos e até pertinentes em algumas situações (veja a 3a. parte desta série), mas frequentemente são falaciosos.

Exemplo de argumento contra a pessoa na sua forma circunstancial: "Pedro, essa sua ideia é muito radical. Você a está apresentando porque está estressado com sua separação". Ora, pode ser que a circunstância da separação recente do Pedro tolde o seu julgamento, mas não necessariamente. 

Será que a ideia do Pedro é ruim mesmo, fruto muito mais da sua mente emocional (veja, neste blog, Atenção Plena - parte 5: A Mente Emocional) do que da sua mente racional (veja Atenção Plena - parte 4: A Mente Racional)? Ou quem está argumentando desta forma está aplicando um "golpe baixo", combatendo não o mérito da ideia do Pedro, mas, de maneira falaciosa, a circunstância em que ele se encontra no momento?

Argumentos contra a pessoa, na sua forma abusiva, podem ser até mais agressivos e difamatórios, atacando o caráter, as motivações, a orientação sexual, as crenças pessoais da pessoa. Ocorrem, p. ex., em situações de trabalho ou escolares, chegando a se caracterizar, quando frequentes, como "assédio moral" ou "bulling".

A estrutura básica do argumento contra a pessoa é a seguinte: 
  • A pessoa "A" expõe uma ideia.
  • A pessoa "B" diz que o caráter de "A" ou as circunstância em que "A" se encontra são questionáveis.
  • Portanto, a ideia de "A" não é boa.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

HABILIDADES "O QUE" DE ATENÇÃO PLENA


OBSERVAR


·  APENAS PERCEBER A EXPERIÊNCIA. Perceber, mas sem se prender à experiência. Experimentar sem reagir à sua experiência.
·  Ter uma "MENTE DE TEFLON", deixando as experiências, sentimentos e pensamentos entrarem e saírem rapidamente da sua mente.
·  CONTROLAR sua atenção, mas não o que você vê. Não afastar nada. Não se prender a nada.
·  Ser como um observador imparcial no portão da mente, ALERTA a qualquer pensamento, sentimento e ação que passar por esse portão.
·  Penetrar e observar. ASSISTIR a seus pensamentos indo e vindo, como as nuvens no céu. Observar cada sentimento, crescendo e diminuindo, como ondas no oceano.
·  Observar exatamente o que você está fazendo.
·  Observar o que passa pelos seus SENTIDOS – seus olhos, ouvidos, nariz, pele, língua. Observar ações e expressões dos outros. “Cheirar as rosas”.


 DESCREVER

·   COLOCAR PALAVRAS NA EXPERIÊNCIA. Quando surgir um sentimento ou pensa­mento, ou quando você fizer algo, reconheça. Por exemplo, diga em sua mente, quando perceber: “estou alegre ”... ou “estou com raiva”... ou “minha respiração está acelerada”... ou “estou sorrindo”... ou “um pensamento de ‘não consigo fazer isso’ passou pela minha mente”... ou “caminhando, passo, passo, passo”...

·   COLOCAR EXPERIÊNCIAS EM PALAVRAS. Descrever o que está acontecendo para si mesmo. Colocar um nome em seus sentimentos. Chamar um pensamento de pensa­mento, um sentimento de sentimento. Não se prender ao conteúdo.

PARTICIPAR


·   Penetrar em suas experiências. Deixar-se envolver no momento, abster-se de ruminar. TORNAR-SE UM COM SUA EXPERIÊNCIA ESQUECENDO-SE TOTALMENTE DE SI MESMO.

·   AGIR DE MANEIRA INTUITIVA, a partir da mente sábia. Faça apenas o que é necessário em cada situação - um dançarino talentoso na pista de dança, um com a música e seu parceiro, sem intenção, mas sem passividade.

·   PRATICAR suas habilidades ativamente à medida que as aprender, até que se tornem parte de você, quando puder usá-Ias sem constrangimento. PRATICAR:
1. Mudar situações prejudiciais.
2. Mudar suas reações prejudiciais às situações.
3. Aceitar a si mesmo(a) e à situação, como são.

HABILIDADES DE ATENÇÃO PLENA - Parte 2: Habilidades do Tipo O QUE

A. Dois tipos básicos de habilidades de atenção plena: (1) habilidades do tipo "O QUE" (i.e., o que fazer) e (2) habilidades do tipo "COMO" (i.e., como fazer).

B. Habilidades do tipo "o que": observardescrever ou participar. É importante realçar que somente podemos praticar uma dessas habilidades de cada vez, não as três ao mesmo tempo. Em comparação, as habilidades do tipo "como" podem ser aplicadas todas ao mesmo tempo.

Observar: é sentir ou vivenciar sem descrever ou rotular a experiência. É notar ou prestar atenção a algo.
Descrever: é usar palavras para representar o que você observa.

Observar é como sentir; não existem palavras. Observar é notar e prestar atenção. Descrever é uma reação a observar; é rotular o que se observa.

Pense em outras diferenças entre descrever e observar.

Exercícios Práticos: faça cada um dos seguintes exercícios. (Primeiro vivencie, só sinta. Depois descreva o que sentiu, em que partes do corpo essa sensação foi mais perceptível, e como foi ela.)

1. Sinta suas costas no encosto da cadeira. Agora, descreva para si como foi esta sensação.

2. Sinta sua mão sobre uma superfície fria (p.ex., uma mesa ou cadeira) ou uma superfície quente (p.ex., sua outra mão). Agora, descreva para si como foi esta sensação.
  
3. Preste atenção e tente sentir o seu estômago, seus ombros. Agora, descreva para si como foi esta sensação.

4. Bata logo acima do lábio superior, depois pare de bater e veja quanto tempo leva até você não sentir mais a sensação que provocou no lábio. Agora, descreva para si como foi esta sensação.
  
5. Observe em sua mente os dois primeiros pensamentos que tiver. Agora, descreva. Conseguiu observar os 2 primeiros pensamentos? Que dificuldades teve para isto? Repita este exercício de tentar observar os 2 primeiros pensamentos que tiver até que consiga fazer isto adequadamente.

Mais uma vez: observar é como sentir, sem palavras. Descrever é utilizar palavras ou pensamentos para rotular o que se observa.

Descrever um pensamento como pensamento exige que se note que é um pensamento em vez de um fato. Por exemplo, há diferença entre pensar "sou incompetente" e ser incompetente, ou seja, posso não ter ainda competência para realizar determinada coisa (p.ex., voar de asa delta, negociar eficazmente condições de trabalho e salário com meu chefe etc.), mas isto não significa que seja incompetente de uma forma geral, pois realizo bem várias outras coisas.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

HABILIDADES DE ATENÇÃO PLENA – Parte 1: INTRODUÇÃO


       Num artigo publicado no suplemento do New York Times da Folha de S. Paulo, no dia 24/01/2011, “Os Riscos de Ser Multitarefa na Guerra”, os autores, Thom Shanker e Matt Richtel, analisam os problemas enfrentados por oficiais da inteligência americana. Esses oficiais ficam conectados on line por horas, recebendo e analisando múltiplas informações simultâneas. O trabalho deles pode ser exemplificado por Josh, um tenente de 25 anos da Força Aérea dos EUA, o qual, “durante 12 horas por dia, (...) monitora uma avalanche de imagens em dez telas” (...), simultaneamente em que fica “com um fone em um ouvido, falando com um piloto no ‘headset’ no outro ouvido, digitando no ‘chat’ ao mesmo tempo e olhando as telas”.
       Dizem os autores do artigo que “os militares têm buscado abordagens inovadoras para ajudar os soldados a se concentrar. Num quartel do Exército em Oahu  (Havaí), os pesquisadores empregam o chamado ‘treinamento de aptidão mental baseada na atenção plena’, para tentar ‘reprogramar’ a capacidade de foco do indivíduo. O programa consiste em pedir aos soldados que se concentrem em uma parte do seu corpo, como sentir um pé no chão ou a sensação de estar sentado na cadeira, e que então mudem para outro foco, como escutar o zumbido do ar condicionado”.
       Habilidades de atenção plena, semelhantes às ensinadas a esses oficiais de elite, são centrais à Terapia Comportamental Dialética - TCD, desenvolvida pela Dra. Marsha Linehan, e uma importante técnica auxiliar para a Terapia de Regressão Vivencial criada pela Dra. Maria Júlia Peres.
       Essas habilidades são versões psicológicas e comportamentais das práticas do treinamento espiritual oriental. São baseadas, em grande parte, na prática do Zen. Porém são compatíveis com a maioria das práticas contemplativas ocidentais e de meditação oriental.
       Habilidades de atenção plena são os veículos para equilibrar a "mente emocional" e a "mente racional" e chegar à "mente sábia". Existem três habilidades do tipo "o que" (observar, descrever e participar) e três habilidades do tipo "como" (assumir uma atitude acrítica, concentrar-se em uma coisa de cada vez, ser eficaz).

A)  O foco das habilidades de atenção plena: aprender a controlar a sua própria mente, no lugar de deixar sua mente controlá-lo(a).

Até certo nível, estar no controle da própria mente significa aprender a controlar os processos da atenção - ou seja, aquilo a que se presta atenção e quanto tempo se presta atenção. Pense em exemplos de como sua incapacidade de controlar sua atenção cria problemas e escreva ao menos três.
  
B) Habilidades de atenção plena exigem prática, prática e prática.

Aprender a controlar a própria mente tem a ver com as tradições ocidentais e orientais de meditação desenvolvidas ao longo de milhares de anos. Todas se baseiam na prática, como a capacidade de um mestre de ioga de aguentar a dor, caminhar sobre brasas quentes, etc.

Observações
(1) A meditação costuma ser utilizada no tratamento da dor física crônica e em programas de controle do estresse, e é cada vez mais utilizada no tratamento de transtornos emocionais. Desse modo, a meditação pode ser pratica­da fora de qualquer contexto espiritual ou religioso. 
(2) A prática da meditação oriental é bastante semelhante à oração cristã contemplativa, à tradição mística judaica e a formas de oração ensinadas em outras religiões.

É fundamental a prática concreta para aprender novas habilidades. A prática comportamental inclui praticar o controle da própria mente, atenção, comportamento, do corpo e das emoções.

Atualização de Cultura, por Deolindo Amorim

Este lúcido texto do jornalista, escritor e conferencista espírita brasileiro,   Deolindo Amorim (1906 - 1984), publicado no Anuário Espír...