Reproduzo e comento a seguir cada uma dessas competências.
"1. Amor e carinho. É indispensável apoiar e aceitar os filhos, entendo que são pessoas com idéias e gostos próprios, e respeitar essas diferenças, demonstrando afeto e usufruindo dos períodos passados juntos". Esta primeira atitude parece óbvia, praticamente quase todos os pais atuais a endossariam, na teoria, mas na prática a coisa é bem diferente. Poucos, muito poucos conseguem realmente colocar em prática isto no seu cotidiano, com equilíbrio.
Da minha experiência, há duas armadilhas nas quais os pais tendem a cair ao colocar esta 1a. atitude em prática. Uma é do discurso desligado da prática, ou seja, fala-se uma coisa e se faz o seu oposto. Alguns pais podem ter lido ou ouvido sobre tal atitude, acharam bonito, moderno, mas nunca refletiram mais profundamente a respeito. Na hora de aplicar na prática, "sob fogo" (quem cria ou criou filhos sabe o que estou dizendo com esta expressão), podem predominar as tendências básicas de imposição autoritária, sem levar em consideração a individualidade do filho.
Os filhos não são uma tabula rasa, um quadro em branco onde os pais vão escrever o que quiserem. São Espíritos imortais, com milhares de anos de idade, tendo passado por inúmeras existências e experiências, trazendo, para a existência atual, como resultado destas experiências, tendências tanto positivas a serem desenvolvidas, como negativas a serem corrigidas. Estímulos para o desenvolvimento das tendências positivas e correção das negativas é, a meu ver, uma das fundamentais expressões concretas do amor e carinho na prática.
A outra armadilha é o laissez-faire, o deixar fazer, quase sem limites, como consequência de uma concepção errônea de amor.
A grande maioria de nós frequentemente interpretamos o “amar o próximo como a si mesmo” de forma inadequada, pois ainda não aprendemos amar equilibradamente nós mesmos.
Muitas vezes, achamos que estamos nos amando ao darmos vazão, sem peias, à nossa preguiça, gula, ganância, luxúria, raiva, inveja, e/ou vaidade. Se partirmos desta concepção errônea de amor próprio, amar o próximo como nós mesmos seria ser complacente com tais desequilíbrios em parentes, amigos e colegas de trabalho, esporte e outras atividades, ou mesmo os incentivar a tal.
E não é isto que parece estar ocorrendo com muitos pais em relação a seus filhos? Sendo excessivamente complacentes com seus desmandos, numa falsa concepção de amor, criam as condições propícias para as conseqüências que vemos nas dificuldades imensas e até mesmo sofrimentos que a maioria dos professores passa com seus alunos nas salas de aula, ou que vemos em freqüentes manchetes do noticiário policial envolvendo jovens. É claro que as causas destes dois exemplos são múltiplas, porém acredito, baseado em fartas evidencias de pesquisas e na minha própria vivencia como filho, pai, aluno, professor e psicoterapeuta, que uma das causas mais relevantes é esta falsa concepção do amor. (A foto ao lado é do ator Justin Bieber representando um adolescente problemático).
A prática eficaz do amor e carinho é, portanto, o equilíbrio (simples de expor, mas difícil de praticar, porém alcançável pelos pais de boa vontade) entre as duas armadilhas: (1) a de pregar respeito, amor e carinho, mas praticar autoritarismo e desrespeito pela individualidade do filho; e (2) a de praticar um amor e carinho laissez-faire, excessivamente complacente, sem limites.
Árdua tarefa para todos aqueles que têm a missão de Ser Pais!
ResponderExcluirGrande abraço
Oi Magali, vc tem razão. Nós que criamos filhos sabemos bem disso, ou nos conscientizamos mais tarde...
ResponderExcluirGrande abraço!
Fiquei com um certo receio de ler a matéria.
ResponderExcluirFui e voltei inúmeras vezes.
É fácil destruir um filho, construir, ao contrário...é dificílimo.
Ao menos, estou na linha de boa vontade.
bjs
O Fabi, também acho que vc está nessa linha e que não apenas está sobrevivendo (o que para uma mãe de 1a. viagem já é muito!), mas que está se trabalhando para ser uma boa, talvez ótima (!?!) mãe.
ResponderExcluirGrande abraço!
Leonel,
ResponderExcluirSinto exatamente a necessidade deste equilíbrio. E essa é a minha luta constante.
Entendo que alguns conceitos e regras possam ser revistos, mas não dá para admitir a falta de respeito.
Como vocë menciona "simples de expor, mas difícil de praticar". Assumo que me pego comentendo falhas que me fazem refletir e me vigiar cada vez mais.
Acredito que isso me faz estar na linha dos "...pais de boa vontade".
Abraços,
Oi Beatriz!
ResponderExcluirAcho que essa é a luta de todos os pais de boa vontade. Faz parte do "bom combate" de que fala Paulo de Tarso e se algumas vezes é sofrido, também faz crescer a nossos filhos e a nós mesmos.
Abraços!