Antes de expor as idéias de Russell sobre conhecimento e amor, é importante sabermos algo mais sobre ele.
Bertrand Arthur William Russell, terceiro conde de Russell, nasceu no País de Gales (Grã Bretanha), em 1872, de uma família tradicional. Tornou-se famoso como filósofo, lógico e matemático, além de persistente humanista.
Escritor prolífero, ajudou a popularizar a filosofia por meio de palestras e comentários sobre grande variedade de assuntos, não apenas acadêmicos, mas também importantes questões políticas e sociais de sua época. Dono de um estilo de escrita límpida e de raciocínios claros, dedicou-se às causas que abraçou com grande coragem e ousadia. Em 1950, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, "em reconhecimento de seus variados e importantes escritos nos quais advoga ideais humanitários e a liberdade de pensamento".
Lembro-me, na minha adolescência, por volta dos 16 - 18 anos, dos seus artigos e declarações que saíam na imprensa internacional: contra a guerra do Vietnã, discutindo temas relevantes da época, suas ações a favor do pacifismo, das reformas sociais e da liberdade de pensamento. Os dois livros que li dele nessa época, "ABC da Relatividade" (no qual, de uma maneira clara e acessível, introduz o leitor à Teoria da Relatividade) e "Introdução à Filosofia da Matemática", marcaram-me. Lembro-me, ainda, de um texto dele, no qual analisa falácias (veja "Crivos da Razão - Parte 3: Argumentação Lógica e Falácias"). Impressionou-me, particularmente, sua análise da falácia do argumento contra o homem ("Crivos da Razão - Parte 6: A Falácia do Argumento contra a Pessoa"), a forma usada, infelizmente por muitos, de atacar a pessoa, tentando desqualificá-la moral e/ou intelectualmente, ao invés de tentar refutar, com lógica, o que ela diz.
Reproduzo, a seguir, trechos do capítulo 2, "A Vida Virtuosa", do livro de Russell, "No que Acredito", que citei na parte 1 desta postagem, embasando minha afirmação de que este autor enaltece a importância do conhecimento e do amor, mas principalmente deste último. E que, neste sentido, aproxima-se muito de ideais espíritas.
Para Russell, "a vida virtuosa é aquela inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento". Ele prossegue, desenvolvendo seu pensamento:
"Tanto o conhecimento como o amor são indefinidamente extensíveis; logo, por melhor que possa ser uma vida, é sempre possível imaginar uma vida melhor. Nem o amor sem o conhecimento, nem o conhecimento sem o amor podem produzir uma vida virtuosa. Na Idade Média, quando a peste surgia numa região, os sacerdotes alertavam a população para que se reunisse nas igrejas e orasse por sua salvação; como conseqüência, a infecção propagava-se com extraordinária rapidez entre as multidões de suplicantes. Eis, portanto, um exemplo de amor sem conhecimento. A última guerra [ele está se referindo à 1a. Guerra Mundial, o livro é de 1925] nos propiciou um exemplo de conhecimento sem amor. Em ambos os casos, o resultado não foi senão a morte em grande escala."
E prossegue: "Ainda que o amor e o conhecimento sejam ambos necessários, em certo sentido o amor é mais fundamental, na medida em que levará indivíduos inteligentes [eu diria os que usam de fato sua inteligência, sem a preguiça mental de que fala Aulus, o orientador espiritual de André Luiz - veja no final da postagem "Espiritismo e Desenvolvimento Científico"] a buscar conhecimento a fim de descobrir de que modo beneficiar aqueles a quem amam. Mas, se os indivíduos não forem inteligentes, hão de contentar-se em acreditar naquilo que lhes disseram [veja "Espíritas: Instruí-vos", "Pensando Por Si Mesmo!" e "CRIVOS DA RAZÃO - Parte 5: A Falácia do Apelo à Autoridade"] e possivelmente praticarão o mal, apesar da mais genuína benevolência."
Na próxima postagem, "Amor como Deleite e Amor como Benevolência" cito mais alguns trechos deste livro de Russell, nos quais ele faz inspiradoras reflexões sobre o amor como deleite e o amor como benevolência.
Bertrand Arthur William Russell, terceiro conde de Russell, nasceu no País de Gales (Grã Bretanha), em 1872, de uma família tradicional. Tornou-se famoso como filósofo, lógico e matemático, além de persistente humanista.
Escritor prolífero, ajudou a popularizar a filosofia por meio de palestras e comentários sobre grande variedade de assuntos, não apenas acadêmicos, mas também importantes questões políticas e sociais de sua época. Dono de um estilo de escrita límpida e de raciocínios claros, dedicou-se às causas que abraçou com grande coragem e ousadia. Em 1950, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, "em reconhecimento de seus variados e importantes escritos nos quais advoga ideais humanitários e a liberdade de pensamento".
Lembro-me, na minha adolescência, por volta dos 16 - 18 anos, dos seus artigos e declarações que saíam na imprensa internacional: contra a guerra do Vietnã, discutindo temas relevantes da época, suas ações a favor do pacifismo, das reformas sociais e da liberdade de pensamento. Os dois livros que li dele nessa época, "ABC da Relatividade" (no qual, de uma maneira clara e acessível, introduz o leitor à Teoria da Relatividade) e "Introdução à Filosofia da Matemática", marcaram-me. Lembro-me, ainda, de um texto dele, no qual analisa falácias (veja "Crivos da Razão - Parte 3: Argumentação Lógica e Falácias"). Impressionou-me, particularmente, sua análise da falácia do argumento contra o homem ("Crivos da Razão - Parte 6: A Falácia do Argumento contra a Pessoa"), a forma usada, infelizmente por muitos, de atacar a pessoa, tentando desqualificá-la moral e/ou intelectualmente, ao invés de tentar refutar, com lógica, o que ela diz.
Reproduzo, a seguir, trechos do capítulo 2, "A Vida Virtuosa", do livro de Russell, "No que Acredito", que citei na parte 1 desta postagem, embasando minha afirmação de que este autor enaltece a importância do conhecimento e do amor, mas principalmente deste último. E que, neste sentido, aproxima-se muito de ideais espíritas.
Para Russell, "a vida virtuosa é aquela inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento". Ele prossegue, desenvolvendo seu pensamento:
"Tanto o conhecimento como o amor são indefinidamente extensíveis; logo, por melhor que possa ser uma vida, é sempre possível imaginar uma vida melhor. Nem o amor sem o conhecimento, nem o conhecimento sem o amor podem produzir uma vida virtuosa. Na Idade Média, quando a peste surgia numa região, os sacerdotes alertavam a população para que se reunisse nas igrejas e orasse por sua salvação; como conseqüência, a infecção propagava-se com extraordinária rapidez entre as multidões de suplicantes. Eis, portanto, um exemplo de amor sem conhecimento. A última guerra [ele está se referindo à 1a. Guerra Mundial, o livro é de 1925] nos propiciou um exemplo de conhecimento sem amor. Em ambos os casos, o resultado não foi senão a morte em grande escala."
E prossegue: "Ainda que o amor e o conhecimento sejam ambos necessários, em certo sentido o amor é mais fundamental, na medida em que levará indivíduos inteligentes [eu diria os que usam de fato sua inteligência, sem a preguiça mental de que fala Aulus, o orientador espiritual de André Luiz - veja no final da postagem "Espiritismo e Desenvolvimento Científico"] a buscar conhecimento a fim de descobrir de que modo beneficiar aqueles a quem amam. Mas, se os indivíduos não forem inteligentes, hão de contentar-se em acreditar naquilo que lhes disseram [veja "Espíritas: Instruí-vos", "Pensando Por Si Mesmo!" e "CRIVOS DA RAZÃO - Parte 5: A Falácia do Apelo à Autoridade"] e possivelmente praticarão o mal, apesar da mais genuína benevolência."
Na próxima postagem, "Amor como Deleite e Amor como Benevolência" cito mais alguns trechos deste livro de Russell, nos quais ele faz inspiradoras reflexões sobre o amor como deleite e o amor como benevolência.
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